Conforme anunciado ontem, ao final do post com a indicação do livro acima, lançamos hoje, em parceria com a Globo Livros, um concurso cultural que presenteará o vencedor com um exemplar de “Uma superfície de gelo ancorada no riso“.
Para participar, basta responder à pergunta:
Em passagem de “A obscena senhora D.” lemos que paixão é a grossa artéria jorrando volúpia e ilusão, é a boca que pronuncia o mundo, púrpura sobre a tua camada de emoções, escarlate sobre a tua vida, paixão é esse aberto do teu peito, e também teu deserto. E para você, o que é paixão?
A resposta deverá ser publicada no espaço para comentários deste post; o participante deverá informar, ainda, nome completo e um endereço de e-mail válido. O prazo para concorrer ao livro se encerra no dia 25 de fevereiro e o resultado será divulgado no dia seguinte, aqui no blog e também via facebook e twitter!
A promoção é um oferecimento da Globo Livros, responsável pela obra de Hilda Hilst desde 2001. Para saber sobre os lançamentos e ficar ligado em outras promoções dos livros da casa, curta a página da editora no facebook e siga-a no twitter!
Revista Macondo _________ www.revistamacondo.com.br 
“Um olhar de intenções, como se andasse nas nuvens, pisasse em ovos, estomago virado, coração disparado. Palavras mudas, desgarradas, inconsistentes. Um tremor eterno, um desperdício de emoção, sonhos despertos. Querer e querer. Sem tempo, sem limite.”
Marcel Martinuzzo – marcel.bm3@gmail.com
Paixão é o impulso que o leva, contra a sua vontade, para aquilo que você mais quer. É o melhor nome do desejo e do sofrimento.
Paixão é martelo a dar em prego que entra em parede, que faz do prego parte integrante da parede, que deixa na parede a memória do martelo a vibrar no prego, Paixão é pendurar todos os dias um novo retrato do outro no prego da parede…
Paulo Acacio Ramos
pauloacacio@hotmail.com
Fabricio Fernandez (blogfernandesferreira@gmail.com)
“paixão é fenda em casca dura de uma concha perdida na areia da praia, um sol que cega, dente que rompe a carne da boca e fere, um caminhar solitário no fundo do mar, é coisa de quem recolhe a água da chuva para beber o céu cinzento sobre a cabeça”
Paixão é uma montanha de emoções sufocando o coração e confundindo a razão, embala sonhos loucos e leva a boca a proferir palavras que não passaram pelo crivo da mente.
É o ser para o outro; o sonho ideal, ao mesmo tempo que se sonha junto.
Paixão é o ócio da consciência
É quando o mundo se torna ingênuo
E todas as formas se ofuscam
E só há uma luz, secreta e vadia
Corroendo teu peito
Sufocando a razão
E no abismo, no suplício da queda
Gozas
O antegozo do fim
(Renato Luís Petry – renato.luis@trf1.jus.br)
Paixão é aquele líquido espesso e, ao mesmo tempo, translúcido. De vermelho tão intenso que faz lembrar que, ao fim e ao cabo, o homem é mero carnívoro. Líquido que corre sem cessar, permeando tecidos e recolhendo fragmentos de alma perdidos pelo caminho. Seiva vital, amarga e passível de putrefação; por vezes tão adocicada que faz esquecer que é sangue, premeditadamente.
Aline T. K. Miguel
aline.tkm@gmail.com
água caindo atapetada e inevitavelmente pedra abaixo numa beleza de se querer pegar com a mão – o que só os olhos e os sentires dão conta. E você ali, sem entender o porquê de coisa tão enorme, de repente, parecendo nem ter uma nascente.
Sendo corrente: corre e prende. Num balé de contraditos e sensações.
Dizendo das coisas que [s]urgem.
A paixão é a força que movimenta a vida…
Seja a paixão por um sonho, ou por uma pessoa querida!
É a responsável por nos fazer lutar no dia-a-dia,
ela é quem nos faz valorizar cada instante de alegria!
A paixão é o brilho no olhar da criança diante do brinquedo novo;
A paixão é o sorriso do artista ao receber os aplausos do povo
A paixão ainda é o que nos leva a querer…
se apaixonar!
Bom, eu havia pensado em tantas definições, mas voltei ao ponto de onde saí. E não há muito o que dizer senão que a paixão é “uma superfície de gelo ancorada no riso”! Infelizmente…
Paixão é tingir de vinho a vida e o outro: lambuzar-se de encontros.
…e avessada ter grandes óstios e entranhas para engolir faminta um corpo-hóstia gigantesco.
…e fingindo-se de cega calçada em sutilezas, dançar a valsa do capcioso Eros.
Em rodopios adentrar a noite mitológica da existência numa odisséia de sentidos até tatear a face do deus descarado e arredio…Gozo, descabência, desmantelo.
Márcia Fontes
ms-fontes@bol.com.br
“Combustível e combustão. Chama e chamariz. Corrida por miragens, no calor que alimenta a caminhada. Corrida sem fim. Desassossego. Fala o desejo e cala a razão”.
Paixão é um laço efêmero que suscita o êxtase do amor sem pretensão, atiça a cumplicidade, afaga o ego que aquece teus dias na magia de viver sem desalento. Paixão tem o fascínio daquele momento intenso, duradouro ou quiçá, esquecido.
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Paixão:
O sol do meio-dia que contemplamos arder em nossas mãos. De quando brindamos com sorrisos largos o que não deu pra falar. Alta estação fazendo temporada de nós.
Paixão. A pequena palavra capaz de tornar cinza a chama e fazer da brasa o carvão com que se inscrevem desenhos antes de uma grande chuva.
Luiz Rogério Camargo
lrcamargo.roger@hotmail.com
“o sonho que durou eternamente
Como um desenho na calçada feito em giz
Que uma chuva surpreendeu tão de repente.”
Adriana Dalla Vecchia
adriana_dallavecchia@yahoo.com.br
Desatar todas as maledicências encruadas na pele e por dentro. E sentir uma leveza tão estranha, algo imemoriável, dolente, estúpido. Algo que talvez tenha permanecido quieto, sulcado na expressão mole de desânimo. Balançar as mãos para que os sentidos voltem e respirar com tanta força que o ar faça cócegas no avesso. É quando nenhuma metáfora velha serve de explicação. Sentir aquele solavanco dentro do peito. E outro. E mais um. Um estonteamento que vem por causa de uma dor , que do pescoço sobe por trás das orelhas e faz latejar a cabeça. Sobrancelhas em arco e boca aberta. Braços de veias escondidas, que num dado momento saltam. Sentir os pés forçando um equilíbrio obrigado. É tempo de novas metáforas, vermelhas e quentes. Um sol que rebenta no peito, romã madura que pende em galho franzino ou, quem sabe, uma paixão.
Natalia Borges Polesso
Paixão:
Um sentimento dentro do coração cheio de pressa para se transformar em amor.
Paixão é púlpito que se abre a desvarios de eternos infantes, é onda que celebra sísmica verbo e sangue, é gozo novo transmudado em canções. Paixão é vida breve, aventura rochosa, sentença de duvidosas águas.
É um sonho vermelho manchando o corpo por dentro e soltando pelos poros o fim da primavera, uma vontade de fenecer na próxima hora, de enterrar de vez a razão e trocar de amor no próximo inverno.